A contratransferência

A contratransferência

A contratransferência

A contratransferência é um conceito fundamental da teoria e prática psicanalítica, que se refere aos sentimentos, emoções e reações pessoais do analista em relação ao paciente. A contratransferência é uma resposta normal e esperada durante o processo terapêutico, mas pode afetar a qualidade da análise se não for devidamente gerenciada pelo analista.

A contratransferência pode ser compreendida como uma ligação emocional entre o analista e o paciente, influenciada pelas experiências pessoais e inconscientes do analista. Essa ligação pode assumir diferentes formas, como amor, ódio, identificação, inveja ou proteção, e pode interferir na capacidade do analista em manter um distanciamento emocional e interpretativo em relação ao paciente.

Embora a contratransferência possa ser entendida como um obstáculo para a análise, ela também pode ser vista como uma fonte preciosa de informações sobre os processos mentais do paciente. Isso porque as reações emocionais do analista podem revelar aspectos importantes da dinâmica inconsciente presente na relação paciente-analista.

Para lidar com a contratransferência, o analista precisa estar ciente de suas próprias emoções e reações em relação ao paciente e buscar compreender sua origem psicológica. O objetivo é identificar as projeções e transferências emocionais que estão ocorrendo entre o analista e o paciente e trabalhar esses elementos no tratamento.

Para isso, é importante que o analista mantenha um trabalho constante de autoanálise e supervisão clínica. A supervisão clínica é uma prática comum na formação dos psicanalistas, na qual um profissional mais experiente discute casos clínicos com o analista em formação, ajudando-o a compreender e gerenciar suas próprias reações emocionais.

A contra-transferência pode ser, como deduzimos da definição, conseqüência de carência do psicanalista em si. Nesse caso é “uma resposta emocional do psicanalista aos estímulos que provêm do paciente, como resultado da influência do analisado sobre os sentimentos do profissional” (Etcheroyen). 

A importância da supervisão

A supervisão clínica é uma prática fundamental na formação e aprimoramento da prática psicanalítica, que pode ajudar o analista a evitar ou lidar com a contratransferência. A seguir, apresento algumas formas como a supervisão pode contribuir para esse objetivo:

  • Identificação e compreensão das próprias reações emocionais: Durante a supervisão, o analista tem a oportunidade de discutir seus próprios sentimentos e emoções em relação ao paciente, identificar as projeções e transferências emocionais que estão ocorrendo e compreender sua origem psicológica. Com isso, o analista pode aprofundar sua autoanálise e trabalhar seus próprios conflitos emocionais.
  • Reforço do papel do analista: A supervisão ajuda a reforçar o papel do analista como profissional neutro e imparcial, que deve manter um distanciamento emocional e interpretativo em relação ao paciente. Isso ajuda a prevenir que o analista se envolva emocionalmente com o paciente de forma inadequada.
  • Orientação interpretativa: Durante a supervisão, o supervisor pode orientar o analista na interpretação dos processos mentais do paciente, ajudando-o a compreender melhor os elementos inconscientes presentes na relação paciente-analista e a evitar que suas próprias emoções influenciem negativamente a análise.
  • Discussão de casos clínicos: A discussão de casos clínicos durante a supervisão pode ajudar o analista a compreender melhor as dificuldades do paciente e a desenvolver estratégias mais adequadas para lidar com elas. Isso pode evitar que o analista fique preso em suas próprias reações emocionais e ajuda a manter o foco no paciente.

Em suma, a supervisão clínica é uma prática importante na formação e aprimoramento da prática psicanalítica, que pode ajudar o analista a evitar ou lidar com a contratransferência. A supervisão pode ajudar o analista a identificar suas próprias reações emocionais, reforçar seu papel como profissional neutro e imparcial, orientar sua interpretação dos processos mentais do paciente e discutir casos clínicos para desenvolver estratégias mais adequadas para lidar com as dificuldades do paciente.

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