a formação do psicanalista

Como se forma um Psicanalista?

A formação do Psicanalista

Neste artigo, vamos apresentar detalhes sobre a formação do psicanalista. Esta profissão não está regulamentada por lei no Brasil. No Brasil, a prática da psicanálise é regulamentada por leis e resoluções específicas. A seguir, apresento as principais legislações que regem a prática da psicanálise no país:

  • Lei nº 4.119/1962: Esta lei regulamenta a profissão do psicólogo no Brasil e define quais práticas terapêuticas estão dentro de seu escopo. De acordo com a lei, o psicólogo pode utilizar métodos psicológicos para avaliar, diagnosticar e tratar diversas condições, incluindo transtornos mentais e emocionais. Embora a lei não mencione especificamente a psicanálise, ela é considerada uma das abordagens psicológicas que podem ser utilizadas pelos psicólogos.
  • Resolução CFP nº 010/2010: Esta resolução estabelece as normas de atuação para os psicólogos em relação à psicoterapia. De acordo com a resolução, a psicoterapia deve ser realizada apenas por profissionais habilitados em psicologia, que devem seguir padrões éticos e técnicos na sua prática. A resolução também define que o psicólogo deve estar preparado para interromper ou encerrar a psicoterapia sempre que julgar necessário.
  • Resolução CFP nº 013/2007: Esta resolução reconhece a psicanálise como uma área de conhecimento e prática em psicologia, mas estabelece que somente psicólogos com formação em psicanálise, reconhecida pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP) e que possuem registro na categoria clínica, podem utilizar-se da designação “psicanalista” ou “analista didata”. Ainda segundo a resolução, o psicanalista não pode ser considerado como profissional de saúde e sim um profissional de ciências humanas.
  • Lei nº 5.766/1971: Esta lei define as atividades do Instituto Brasileiro de Psicanálise (IBP) e reconhece os seus estatutos. O IBP é uma instituição privada que tem como objetivo a formação em psicanálise e o desenvolvimento científico da psicanálise no Brasil. A lei reconhece a importância da psicanálise como área de conhecimento e prática, mas não regula a sua prática clínica dentro da sociedade.

Um psicanalista é formado por meio de um processo rigoroso e longo de estudos e práticas clínicas. Em geral, existem dois caminhos principais para se tornar um psicanalista: através de uma formação acadêmica em psicanálise ou de um processo de análise pessoal.

A formação do psicanalista

A formação acadêmica em psicanálise envolve cursos teóricos sobre a história da psicanálise, suas principais concepções teóricas e metodologias clínicas. Geralmente, esses cursos são oferecidos por instituições reconhecidas na área, como as sociedades psicanalíticas.

Além dos cursos teóricos, a formação acadêmica também inclui a realização de supervisões clínicas, onde o estudante tem a oportunidade de discutir casos clínicos com profissionais experientes e receber orientações sobre a condução do tratamento psicanalítico.

Já o processo de análise pessoal é fundamental para o desenvolvimento do psicanalista. Durante a análise, o estudante passa a compreender melhor seus próprios processos psicológicos, ganhando mais segurança e confiança para conduzir o tratamento de seus pacientes.

Após concluir os cursos teóricos e as supervisões clínicas, o psicanalista pode obter sua certificação junto à sociedade psicanalítica. A partir de então, ele está apto a exercer a prática clínica da psicanálise. Vale ressaltar que a formação contínua é importante para manter-se atualizado e aprimorar constantemente suas habilidades clínicas.

Em suma, a formação de um psicanalista sustenta-se em três fundamentos: 

– Análise pessoal com um analista didata 

– Cursos teóricos e práticos – contido na grade curricular ( pesquisas cientificas sobre as principais obras e autores do pensamento psicanalítico); e

– Acompanhamento, por um psicanalista supervisor, do atendimento de dois casos de análise e paciente/piloto. 

Análise didática 

É o processo de análise a que se submete o acadêmico durante o curso. Estará sendo psicanalisado com o objetivo de resolver os seus problemas psicológicos e aprender a técnica e prática psicanalítica. A Análise Didática é obrigatória durante o curso, devendo ser feita com um Analista Didata indicado pela Sociedade, entregando no final do curso uma declração do Analista Didata, comprovando que concluiu e foi aprovado.

Quem deve se beneficiar da psicanálise?

“Quem faz análise é porque está louco, ou todas as pessoas deveriam se analisar?” 

Essa ou outras questões podem ocorrer ao leigo que começa a inteirar-se das funções da Psicanálise. Ela é pertinente, pois assim como nos referimos a um tratamento, também falamos de um método que busca ampliar o auto-conhecimento. O primeiro requisito, para quem pensa fazer uma análise, é uma forte e determinada disposição de indagar-se sobre os meandros de sua própria mente. Via de regra essa motivação surge quando o indivíduo percebe estar padecendo de considerável sofrimento psicológico. Mesmo aparentando razoável normalidade, muitas pessoas sentem-se infelizes e limitadas em suas vidas pelos sentimentos de ansiedade e depressão a que podem estar sujeitas.

Alguns padecem de nítidos sintomas neuróticos tais como medos irracionais, pensamentos repetitivos, compulsões ou rituais escravizadores; outros apresentam alterações somáticas sem que uma causa física as justifique; há ainda os que vivem sem ânimo, com sentimentos de ruína, ou solitários. Uma tensão permanente nas relações interpessoais, a desconfiança constante com respeito às demais pessoas, a incapacidade para manter relações amorosas duradouras e suas manifestações na área da sexualidade são sinais de uma disfunção emocional passível de ser analisada.

Nem sempre esses distúrbios surgem como sintomas, delimitados no tempo e em sua forma; o sofrimento pode também decorrer de certos traços peculiares na maneira de ser do indivíduo, levando-o a repetir padrões de comportamento que limitam suas potencialidades e a capacidade de usufruir a vida. Qualquer que seja a situação que desperte na pessoa motivação por esse tipo de ajuda, o primeiro passo deve ser a consulta com um psicanalista experiente que poderá orientá-la sobre a conveniência em empreender uma terapia analítica. 

Exemplos de formação de psicanalistas 

A formação de psicanalistas famosos pode variar bastante, dependendo do caminho escolhido pelo próprio psicanalista. A seguir, apresento exemplos de formação de alguns dos psicanalistas mais conhecidos:

  • Sigmund Freud: Considerado o pai da psicanálise, Freud se formou em medicina e depois se interessou pela área da psicologia. Ele desenvolveu sua teoria e prática clínica por meio da observação de pacientes e da análise de seus próprios sonhos e emoções. Freud passou por um longo processo de autoanálise, que influenciou significativamente a sua prática clínica.
  • Jacques Lacan: Lacan estudou medicina e psiquiatria antes de se interessar pela psicanálise. Ele foi um crítico das práticas psicanalíticas tradicionais e desenvolveu sua própria abordagem teórica e clínica, que ficou conhecida como lacaniana. Além de suas contribuições teóricas, Lacan também é conhecido por ter realizado supervisões clínicas notáveis, nas quais discutia casos clínicos com seus alunos.
  • Melanie Klein: Klein estudou psicologia e começou a trabalhar com crianças antes de se tornar uma importante teórica e praticante da psicanálise. Ela desenvolveu uma abordagem específica para o tratamento de crianças, baseada na interpretação de jogos infantis e fantasias inconscientes. Klein também realizava supervisões clínicas com seus alunos, garantindo a continuidade de sua abordagem teórica e clínica.
  • Donald Winnicott: Winnicott se formou em medicina e trabalhou como pediatra antes de se interessar pela psicanálise. Ele desenvolveu uma abordagem teórica e clínica que enfatizava a importância da relação entre mãe e bebê nos primeiros anos de vida. Winnicott também realizava supervisões clínicas, nas quais discutia casos clínicos com seus alunos.

Em suma, a formação de psicanalistas famosos pode variar bastante, dependendo de sua formação acadêmica anterior, suas experiências clínicas e suas contribuições teóricas para a psicanálise. No entanto, é possível identificar alguns elementos comuns na formação desses profissionais, como o processo de autoanálise, a realização de supervisões clínicas e a busca por uma abordagem clínica própria e inovadora.

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