Quais são os pilares da psicanálise?

Os alicerces teóricos da psicanálise

A psicanálise é um método que investiga a mente humana e identifica a causa do sofrimento psíquico do indivíduo. Quando Freud criou o seu próprio método de análise, ele também ressaltou a importância de que a transmissão da psicanálise fosse fiel aos pilares que edificam a sua teoria.

Os principais alicerces que sustentam a psicanálise são o inconsciente, a transferência, o complexo de édipo, as instâncias psíquicas e a teoria da sexualidade. A psicanálise visa trazer o conteúdo do inconsciente para o consciente e, para executar essa tarefa, o analista precisará investigar o que foi reprimido pelo paciente e lhe causa sofrimento. Todo o conteúdo que é recalcado acaba sendo depositado nas profundezas do inconsciente e cabe ao analista averiguar esse material.

Podemos dizer que o principal pilar da psicanálise consiste na descoberta do inconsciente, onde estão todas as lembranças e memórias reprimidas pelo consciente. Na origem dessa repressão encontram-se os traumas e os desejos. Segundo Freud, o inconsciente representa a maior parte do aparelho psíquico, que não pode ser acessado pelo consciente e pelo pré-consciente.

Além do inconsciente, a transferência também é um dos pilares que sustenta a prática psicanalítica. O termo transferência foi definido por Freud como um mecanismo por meio do qual o paciente projeta na figura do analista os afetos que, originalmente, eram dirigidos para outras pessoas, especialmente às figuras parentais.

As instâncias psíquicas, que são o id, o ego e o superego também constituem uma das bases da psicanálise. Para entender mais a respeito das instâncias psíquicas e suas respectivas definições acesse o artigo em que tratamos desse tema.

O complexo de Édipo também é um conceito basilar para a psicanálise. Trata-se de uma fase do desenvolvimento psicossexual da criança. Nessa fase, o menino começa a sentir desejo pela mãe, e ódio e ciúme pelo pai. Nas meninas ocorre o processo inverso, que é o complexo de Electra, em que há o desejo pelo pai e a raiva é dirigida contra a mãe.

A teoria da sexualidade é um dos sustentáculos da psicanálise. Freud afirma que o prazer do próprio corpo é uma vivência que já é experienciada desde a infância. Em sua concepção, desde pequenos, as zonas erógenas podem proporcionar prazer e tem uma fixação em partes específicas do corpo, tais como a boca e o ânus.

Compreendendo os pilares da psicanálise

Compreender os pilares da psicanálise é fundamental para todo psicanalista. Entender as bases que edificam a teoria psicanalítica é necessário, sendo que esses conceitos precisam estar bem esclarecidos para que o profissional utilize as ferramentas básicas para a análise dos pacientes.

O ponto de partida para a compreensão dos pilares da psicanálise é o estudo do inconsciente. Muitos dos nossos comportamentos e atitudes são oriundos do plano inconsciente. Na análise, o analista deverá ajudar o analisando a trazer os conteúdos inconscientes para o plano da consciência, a fim de que o paciente seja capaz de lidar com suas próprias questões com autonomia e responsabilidade.

O entendimento dos pilares da psicanálise pressupõe que o analista consiga identificar o momento em que ocorre a transferência, que é uma ferramenta fundamental na análise. A transferência foi uma ferramenta a partir da qual o analista obteve acesso aos sentimentos íntimos que são endereçados a ele, mas que na verdade se referem às pessoas que tiveram uma importância significativa na história de vida do analisando. Esses afetos que aparecem de forma deslocada na análise são o motor do tratamento e podem ser, ao mesmo tempo, fonte de resistência por parte do paciente.

Também é preciso que o analista tenha competência para entender o funcionamento do aparelho psíquico do paciente, tendo em vista as instâncias do id, ego e superego. Os problemas enfrentados pelo paciente ocorrem, geralmente, por um desequilíbrio entre essas três estruturas, de modo que cabe ao analista identificar quais os pontos em que existem falhas na formação da personalidade do analisando.

Por fim, outros dois pilares que são muito importantes para a psicanálise são o complexo de Édipo e a teoria da sexualidade. Ao reconhecer a forma como se estrutura o complexo de Édipo, o analista entenderá o desenvolvimento psicossocial do paciente, o que vai permitir compreender a forma como ele age e se comporta no cotidiano. Tanto as questões familiares quanto sexuais são evidenciadas por meio do complexo de Édipo.

Dependendo do modo como cada paciente vivenciou o complexo edipiano, alguns comportamentos negativos e potencialmente problemáticos podem surgir, tais como: o ciúme, a dependência emocional, comportamentos violentos, dentre outros.

Por isso, é fundamental que o analista entenda como o complexo de Édipo foi vivido pelo paciente, a fim de identificar os problemas relacionados com a vivência da sexualidade e como ela afeta o meio familiar e social em que o analisando se encontra inserido.

Por fim, um dos grandes pilares da psicanálise é a teoria da sexualidade, que foi inovadora na obra freudiana. Essa teoria aborda a sexualidade em todas as etapas da vida, inclusive na infância. Freud desenvolveu seu pensamento com base no processo do desenvolvimento psicossexual, a partir do qual o sujeito encontra o prazer em seu próprio corpo. O corpo é erotizado e as excitações sexuais estão localizadas em partes específicas do corpo, que são as zonas erógenas.

Em síntese, os pilares que edificaram a teoria da psicanálise são essenciais para o conhecimento de todo psicanalista no exercício de sua profissão. É imprescindível que o analista domine esses conceitos e os compreenda na dimensão da psique do analisando.

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