O método da associação livre
O método da associação livre e o nascimento da psicanálise
A associação livre é um método que surgiu por volta dos anos de 1892 e 1898. Vários foram os caminhos teóricos percorridos por Freud até ele realizar o desenvolvimento dessa técnica.
No livro Estudos sobre a Histeria, a associação livre é apresentada como um método pré-analítico de investigação do inconsciente, o qual se manifesta por meio do fluxo de ideias que são reveladas na fala do paciente.
Freud utilizou a associação livre na sua autoanálise e, particularmente, na análise dos sonhos. Na associação livre, o ponto de partida é uma palavra, que provoca o paciente ou algum elemento em especial do sonho. A ideia do termo livre é a de deixar o pensamento do paciente se desenrolar espontaneamente, sem que haja quaisquer intervenções por parte do analista.
A associação livre é um método que foi elaborado simplesmente para que o paciente pudesse se expressar com liberdade, sem ser intencionalmente orientado ou influenciado pelo pensamento do analista.
O surgimento da associação livre é muito importante, pois foi a partir dele que nasceu a psicanálise. Freud chegou a compreensão de que a cura do paciente acontecia a partir de um processo de liberação da energia psíquica, que poderia ocorrer a partir de uma emoção, um sentimento ou um pensamento que vem com uma carga energética que é descarregada na fala do paciente.
Quando liberamos esse tipo de energia, estamos produzindo uma catarse, conceito que teve origem na filosofia e foi criado por Aristóteles. A catarse é um tipo de purificação, que acontece por causa de uma descarga emocional.
Para a Psicanálise, a catarse significa libertar-se de uma situação opressora. Por meio do conceito de catarse, foi criado o método catártico. A primeira vez que esse método foi mencionado por Freud, foi em 1895, no livro Estudos sobre a Histeria.
Ao lado da associação livre, o método catártico permitiu ao paciente a purgação, a liberação e descarga dos sentimentos que geravam conflito para si. Ao longo da análise, o paciente conseguia lembrar, e até mesmo reviver alguns dos acontecimentos traumáticos que sofreu no decorrer da sua vida.
O método catártico e o contexto histórico psicanalítico
No contexto histórico psicanalítico, Freud trabalhou com pacientes histéricos ao lado de Breuer. Ele descobriu que os sintomas que geravam sofrimento para os pacientes estavam no plano do inconsciente. Ao longo das análises, Freud identificou que os sintomas neuróticos traziam mensagens inconscientes de conteúdos psíquicos reprimidos.
Com a descoberta dos conteúdos reprimidos pelos pacientes, Freud desenvolveu o método da cura pela fala, e foi esse tratamento que revolucionou a interação entre o analista e o paciente.
Na análise, o paciente precisa se sentir livre para dizer o que quiser ao analista. Tudo aquilo que vier na mente do paciente pode ser expresso livremente. Por meio desse processo, o paciente torna-se capaz de rememorar suas lembranças inconscientes que se encontravam reprimidas.
Assim, o paciente conseguia acessar suas memórias da infância e também seus desejos e fantasias depositados no inconsciente. Quando os pacientes conseguiam, na análise, trazer os seus conteúdos para a consciência, os sintomas eram passíveis de serem tratados.
Por meio da associação livre, a psicanálise revelou-se como uma técnica e teoria que alcançou resultados significativos sobre o funcionamento da mente humana.
A associação livre: descoberta e inovação de Freud
A psicanálise e a psicoterapia psicanalítica são para aqueles que se sentem aprisionados em problemas psíquicos recorrentes, que impedem seu potencial para experimentar felicidade com seus parceiros, famílias e amigos assim como sucesso e satisfação em seu trabalho e tarefas normais da vida diária.
Ansiedades, inibições e depressões frequentemente são sinais de conflitos internos. Estes levam a dificuldades nos relacionamentos e, quando não tratados, podem ter um impacto considerável nas escolhas pessoais e profissionais.
As raízes destes problemas frequentemente são mais profundas do que a consciência pode alcançar, que é o motivo porque não podem ser resolvidos sem psicoterapia.
É com a ajuda de um analista capacitado que o paciente poderá obter novos conhecimentos sobre as partes inconscientes destes distúrbios. Conversar com psicanalista em uma atmosfera segura levará o paciente a tornar-se cada vez mais consciente das partes de seu mundo interno previamente desconhecido, aliviando, assim, a dor psíquica, e promovendo o desenvolvimento da personalidade e da autoconsciência, a qual fortalecerá a confiança do paciente para perseguir seus objetivos na vida. Estes efeitos positivos da psicanálise deverão durar e levar a novos desenvolvimentos mesmo após a análise ter terminado.
Freud, ao trabalhar com pacientes histéricas, compreendeu que os sintomas dos quais elas sofriam representavam de forma concreta um significado que era simultaneamente escondido e revelado.
Com o decorrer do tempo ele aprendeu que todos os sintomas neuróticos eram mensageiros que carregavam, ainda que inconscientemente, conteúdos psíquicos reprimidos. Isto o levou a desenvolver a “cura pela fala”(“talking cure”), que revolucionou a interação entre paciente e terapeuta. Freud via seus pacientes seis vezes por semana, ouvindo e respondendo ao que eles lhe diziam enquanto estavam deitados em um divã.
Convidados a falar qualquer coisa que passasse em suas mentes, os pacientes comunicavam a Freud suas livres associações que os levavam de volta as experiências infantis reprimidas, desejos e fantasias que haviam resultado em conflitos inconscientes; uma vez trazidos à consciência, esses conflitos poderiam ser analisados e os sintomas, então, dissolvidos.
Este procedimento tornou-se não apenas um potente método de tratamento, mas também uma ferramenta eficiente para o estudo do psiquismo humano, levando ao desenvolvimento de uma teoria psicanalítica cada vez mais sofisticada a respeito da forma como a mente funciona e, nos dias atuais, aos estudos comparativos conjuntos com o novo campo da neuropsicanálise.
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