Entendendo os fundamentos da psicanálise

O que fundamenta a prática psicanalítica?

A psicanálise é um método e uma prática terapêutica que é sustentada em uma teoria. O que, de fato, fundamenta a prática psicanalítica? A prática psicanalítica iniciou quando Freud decidiu abandonar a técnica da hipnose. A psicanálise é fundamentada em uma terapia em que o analista não tem o papel de dar sugestões ou de julgar o paciente.

A fundamentação prática da psicanálise visa trabalhar com as resistências do paciente, que estão na raiz do seu adoecimento. O que está em primeiro plano na análise é permitir o surgimento do fenômeno do inconsciente. O fundamento da técnica psicanalítica é a liberdade discursiva. O paciente deve se sentir livre para se expressar da forma que desejar, livre de quaisquer julgamentos e preconceitos por parte do analista.

A base que fundamenta a psicanálise é o desejo de livre associação e, por consequência, da liberdade de expressar as palavras e os afetos. Os fundamentos da psicanálise são sustentados pela teoria geral da personalidade.

Para compreender essa teoria, Freud lançou mão da definição de uma estrutura topográfica do aparelho psíquico. Primeiramente, Freud mapeou a mente humana a partir de três regiões: o consciente, o inconsciente e o pré-consciente.

No consciente estão os pensamentos e memórias que nos lembramos e se encontram acessíveis. O consciente corresponde apenas a uma pequena parte da nossa mente. O pré-consciente sistematiza os pensamentos que estão no domínio do inconsciente, mas também são acessíveis ao consciente. É neste espaço em que o psicanalista vai atuar, na área em que consciente e inconsciente estão em confluência.

Por fim, no inconsciente, é onde ficam retidas as nossas lembranças e desejos reprimidos. Tudo aquilo que não está acessível ao campo do consciente corresponde ao inconsciente. Para Freud, grande parte do aparelho psíquico pertence ao inconsciente.

Principais fundamentos da psicanálise

O inconsciente é o conceito primordial para a psicanálise. A investigação do inconsciente permitiu ao analista compreender a formação da personalidade, a qual é definida pelas instâncias psíquicas, nomeadas por Freud de Id, Ego e Superego.

Dentre os fundamentos da psicanálise, Freud criou a teoria do desenvolvimento psicossexual. É com base nessa teoria que foi possível entender melhor a formação da personalidade. De acordo

com Freud, a teoria psicossexual engloba cinco fases distintas: a fase oral, a fase anal, a fase fálica e a fase genital. Cada uma dessas fases está relacionada às etapas do amadurecimento da sexualidade infantil.

O desenvolvimento psicossexual constitui um dos pilares fundamentais da psicanálise. Trata-se de um dos estudos que mais marcaram a teoria psicanalítica. Freud considerava que para que um adulto tenha uma constituição psicológica saudável, seria necessário passar, com naturalidade, pelas cinco fases psicossexuais. Qualquer interferência em uma dessas etapas evidenciaria problemas na formação da personalidade.

A primeira fase é a oral, em que a boca é a zona erógena primordial. Quando o bebê nasce, o ato de sucção não apenas o alimenta, como também lhe dá prazer. A estimulação oral é uma fonte de nutrição e de proteção para o bebê.

A partir do primeiro ano de vida até os 3 anos, a boca deixa de ser a zona erógena e o controle das necessidades fisiológicas passa a ter maior expressão no desenvolvimento do indivíduo. Nessa fase, a criança passa a desenvolver mais independência uma vez que sente que pode controlar, a partir de seu próprio corpo, a micção e a evacuação.

A fase fálica marca o momento em que a criança entende a diferença sexual entre o homem e a mulher. Foi a partir dessa fase que Freud desenvolveu o conceito de Complexo de Édipo, que é um dos fundamentos da psicanálise.

Nessa etapa, o menino passa a sentir uma rivalidade intensa sobre o pai e deseja ocupar o seu lugar na relação com a mãe. Em contrapartida, a menina começa a sentir inveja do pênis e tem o sentimento de castração.

Em seguida, tem-se a fase de latência, em que o desenvolvimento social e a convivência são necessários e, por fim, a fase genital é aquela que ocorre da puberdade até a vida adulta. Nessa etapa, já existe a necessidade de se relacionar sexualmente com outras pessoas.

O desenvolvimento psicossexual está na base dos fundamentos da psicanálise. Freud fez da sexualidade o alicerce da sua teoria. Para o pai da psicanálise, se o indivíduo se desenvolvesse em todas as etapas sem quaisquer obstáculos ou interrupções, o adulto teria uma constituição psíquica saudável.

A importância dos fundamentos psicanalíticos

A formação em psicanálise exige que o psicanalista seja fiel aos fundamentos elaborados por Freud desde os primórdios da teoria. No entanto, com o passar do tempo, o campo de estudos da psicanálise se expandiu consideravelmente, dando margem para diferentes abordagens e linhas de atuação.

Apesar de a psicanálise contemporânea contemplar diferentes abordagens, é necessário que o psicanalista se oriente pelos fundamentos da teoria a partir dos desafios e da experiência de seu próprio tempo.

Os fundamentos elaborados por Freud sistematizaram uma teoria que ganhou corpo apenas por meio da prática. A psicanálise nasceu a partir dos atendimentos realizados por Freud no setting analítico, e seus fundamentos foram estabelecidos por meio dessa experiência.

O psicanalista encontra na prática a base da teoria psicanalítica. Os fundamentos que constituem a psicanálise são importantes para o analista realizar uma prática clínica de qualidade, que sustente os ideais freudianos sem, no entanto, deixar de lado as demandas da contemporaneidade.

Portanto, os fundamentos da psicanálise devem consistir na elaboração do inconsciente e se sustentar na base teórica criada por Freud a partir das reflexões em torno da sexualidade. Para aprender mais sobre os fundamentos psicanalíticos. Solicite a sua bolsa e venha estudar psicanálise no curso do Ibrapsi.

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