O que é a psicanálise clínica?
Princípios fundamentais da psicanálise clínica
Existem alguns princípios fundamentais para entender a psicanálise clínica. A experiência decorrente da prática clínica proporciona aprendizagem tanto para o analista quanto para o analisando.
Por meio da análise, o paciente vai trabalhando os seus processos e gradativamente, aprende a modificar seus padrões e comportamentos repetitivos. A psicanálise é um método que possui suas próprias ferramentas de análise e, por isso, diferencia-se de outras teorias.
A psicanálise clínica parte do pressuposto de que o analisando tem liberdade para se expressar e falar livremente sobre aquilo que lhe causa sofrimento. Ao expressar-se com liberdade, o paciente consegue espaço para elaborar a sua dor e, por consequência, tudo aquilo que está reprimido no seu inconsciente vem à tona e esse conteúdo passará a ser ressignificado.
A partir disso, o analisando vai desenvolvendo os seus processos com o auxílio do analista que irá orientá-lo para facilitá-los. O analista será o responsável por sustentar a dor e o sofrimento do analisando, ajudando-o a ter mais autonomia na resolução dos seus conflitos internos.
A relação entre analista e paciente é algo muito importante para a clínica psicanalítica, porque será por meio dela que o analisando terá condições de ser recebido em um ambiente de afeto e acolhimento. Nesse sentido, é preciso ressaltar a importância da transferência, a partir da qual o analisando projetará as figuras dos imagos parentais na figura do analista. Esse projeção suscitará muitos afetos que serão relevantes para a eficácia do tratamento.
A transferência é uma das ferramentas mais importantes no setting analítico e o analista precisa dispor de habilidades para trabalhar com ela a seu favor, até mesmo porque, algumas vezes, a transferência pode refletir resistências do paciente, o que poderá dificultar o andamento do tratamento.
A prática na clínica psicanalítica
A prática na clínica psicanalítica se faz por meio da escuta ativa que o analista faz no setting analítico. O paciente expõe as suas dores e fragilidades, e precisa de alguém que possa acolher esse sofrimento, dando espaço para que ele consiga elaborar essa dor e dar um novo significado a ela.
Além de ser um ambiente acolhedor, o espaço da análise é destinado para o paciente refletir sobre suas questões pessoais e conquistar mais autonomia e responsabilidade em relação a sua própria vida.
O trabalho do analista é o de orientar o paciente, mas sem dar qualquer tipo de sugestão ou indicação, afinal, o paciente descobrirá o que precisa por si só. É o próprio paciente quem tem as respostas. A prática, na clínica psicanalítica, consiste no manejo do analista e em novos olhares e perspectivas que serão transmitidos ao analisando.
Nesse sentido, o analista deve orientar o seu trabalho clínico pela teoria freudiana, lacaniana ou qualquer outra que desejar, a fim de desenvolver sua própria metodologia na condução do tratamento dos seus pacientes. Como a teoria da psicanálise nasceu de sua prática, é evidente que muitas descobertas e transformações que ocorrerão no setting analítico serão fruto da prática na clínica psicanalítica.
A atuação do analista será baseada em intervenções pontuais que serão feitas para auxiliar o paciente a lidar com suas próprias demandas. O psicanalista é aquele que deve deter de uma atuação flutuante, fazendo de sua escuta um ato singelo para apreender o não-dito na fala do paciente, fazendo com que o processo seja tecido com espontaneidade. Em outras palavras, trata-se da captação dos conteúdos inconscientes que precisam ser trazidos para o consciente.
Algo fundamental para a clínica psicanalítica é o planejamento de um ambiente acolhedor. Quando a análise é realizada na modalidade presencial, o setting deve ser um espaço de confiança organizado para o amparo do paciente.
Na atualidade, a clínica psicanalítica tem sido constantemente ressignificada. Esse é um processo muito importante pois o tempo em que vivemos tem suas próprias demandas e exigências. O analista precisa ter sensibilidade para apreender a vida ao seu redor sob uma ótica diferenciada.
A teoria e a prática psicanalítica
A psicanálise é uma teoria que foi criada a partir da prática. Em psicanálise, diz-se que a prática antecede a teoria, e isso ocorreu desde os primórdios, quando Freud criou o método psicanalítico. Toda a teoria que ele desenvolveu partiu das análises com os seus pacientes.
A manutenção da clínica psicanalítica consiste em um trabalho constante. O analista precisa estar em dia com as suas questões pessoais para exercer uma boa prática, ou seja, deve-se investir na análise pessoal. Além disso, o analista precisa ter um bom supervisor para supervisionar os casos que são mais problemáticos. Nesse contexto, o psicanalista precisa do olhar de outro profissional sobre o caso clínico em questão.
Uma boa prática psicanalítica é fundamentada na formação constante do profissional, que deve ser bseada na participação em grupos de estudo, na análise pessoal e supervisão em dia. Esse conjunto comporta uma estrutura de qualidade que define o tripé psicanalítico.
O psicanalista precisa se conscientizar da necessidade de se reciclar constantemente e, para que isso aconteça, será necessário que o profissional preze pela sua formação continuada. Iniciar a formação em psicanálise em um instituto é apenas o primeiro passo, depois disso, o analista deverá adquirir experiência mediante a prática e reciclar-se frequentemente.
Conforme o analista for ganhando mais experiência, sua atuação será mais valorizada pelo mercado de trabalho e, com isso, o profissional vai captar mais pacientes para a sua clínica. A quantidade de analisandos para a sustentação da clínica psicanalítica é importante, porque é o que garantirá a possibilidade de prosperidade na carreira profissional.
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