Psicopatologia na vida cotidiana
A definição de psicopatologia e os impactos na vida cotidiana
Para entender a definição de psicopatologia é interessante olhar para a origem dessa palavra, a fim de compreender o seu significado e os impactos que ela pode provocar no cotidiano, afetando a qualidade de vida de uma pessoa.
A etimologia da expressão psicopatologia é composta pelas palavras psychê, que significa alma; a palavra pathos, que significa paixão ou sofrimento, e logos, que é o saber ou o conhecimento. Portanto, a psicopatologia é um conhecimento ou um saber (logos) sobre o sofrimento (pathos) da alma (psiquê).
No final do século XIX, Sigmund Freud inovou a perspectiva da psicopatologia, a partir do desenvolvimento de conceitos que permitiram o reconhecimento da histeria e da conversão histérica, além de trazer à luz a diferenciação clara da neurose obsessiva e da angústia.
Ao desenvolver a metapsicologia, Freud contribuiu para a classificação das psicopatologias a partir de uma perspectiva estrutural, que é classificada nos seguintes tipos: as neuroses de defesa ou transferenciais, nas quais se classificam as histéricas e fóbicas; as neuroses obsessivas e de ansiedade; as psicoses e as perversões. Tais estruturas são determinadas a partir das fixações em fases do desenvolvimento psicossexual desde os primeiros anos de vida.
A psicopatologia estuda as causas das doenças mentais que podem gerar uma série de impactos na vida cotidiana, sobretudo, porque elas estão relacionadas a transtornos graves, tais como a depressão e a ansiedade. Quando falamos em psicopatologia, estamos nos referindo a um quadro em que o corpo sofre por causa do adoecimento da saúde mental.
As causas das psicopatologias são variadas, elas podem estar relacionadas aos ambientes que nos fazem mal, as relações tóxicas de parceiros e/ou parentes e a qualquer tipo de abuso que sofremos ao longo da vida.
A qualidade de vida pode sofrer com os conflitos decorrentes das psicopatologias. Por isso, é necessário que haja uma atenção especial para esses quadros que podem gerar impactos negativos para a saúde mental.
Nesse sentido, é importante ressaltar a necessidade de acompanhamento terapêutico por um psicanalista ou psicoterapeuta. Dependendo da gravidade da psicopatologia, também será necessário o acompanhamento de um psiquiatra, uma vez que, nos quadros mais severos, é preciso que haja a intervenção por meio do uso de medicamentos.
A psicanálise compreende a psicopatologia a partir dos conflitos existentes entre o inconsciente e o consciente do sujeito. A variação ou o grau desse conflito indica o tipo de psicopatologia de acordo com um diagnóstico específico. As principais psicopatologias são as neuroses histéricas, fóbicas, obsessivas e os transtornos de ansiedade. Além dessas, também destacam-se as psicoses e as perversões.
A psicopatologia na visão da psicanálise
Quando o assunto é psicopatologia, estamos falando de um campo que estuda os transtornos mentais. A psicopatologia se manifesta quando o comportamento de uma pessoa passa a ter algumas oscilações, com prejuízos significativos que causam sofrimento e comprometem suas relações e a sua qualidade de vida.
As psicopatologias são identificadas por um conjunto de sintomas que correspondem a determinados critérios, a partir dos quais elas deverão ser diagnosticadas e tratadas. Como a psicopatologia está na raiz de um sintoma de ordem psíquica que é somatizado e se manifesta fisicamente, ela está diretamente relacionada com a psicossomática.
Na visão da psicanálise, não existe uma única forma de compreender as psicopatologias. O tema foi adquirindo maior complexidade conforme Freud avançou no desenvolvimento das suas teorias. Para a psicanálise, o inconsciente, em interação com o pré-consciente e o consciente, é responsável pelo funcionamento da psique, que pode ser saudável ou patológico.
Os conteúdos inconscientes, que estão reprimidos ou recalcados, são responsáveis para que se desenvolva o quadro de algum tipo de patologia. As patologias têm diferentes classificações, que estão relacionadas com a sintomatologia apresentada em cada caso.
O método da psicanálise pode favorecer o tratamento das psicopatologias na medida em que ajudam a compreender os conteúdos inconscientes que estão na origem dos sintomas que causam sofrimento para a pessoa. Para isso, o psicanalista deverá investigar as causas que geram os sintomas que provocam transtornos psicológicos no paciente.
O tratamento psicanalítico das psicopatologias
A cura de uma psicopatologia não é um processo fácil, o tratamento de um sofrimento psíquico é um processo doloroso, e pode levar um longo tempo até que o paciente alcance resultados para amenizar os sintomas e melhorar sua qualidade de vida.
O tratamento de qualquer tipo de psicopatologia envolve, portanto, o atendimento com um psicanalista, um psicólogo ou psiquiatra. Esse tratamento pode envolver até mesmo a atuação desses três profissionais.
A psicanálise é um método que pode apresentar eficácia no cuidado com as psicopatologias, uma vez que ela pode auxiliar a investigar as queixas trazidas pelo paciente por meio da análise do seu inconsciente.
No contexto psicanalítico, a psicopatologia se revela nos quadros de neurose e psicose, sendo importante lembrar que, na abordagem da psicanálise, os sintomas que afligem o paciente são abrandados por meio da cura pela fala, pelo uso de técnicas como a associação livre de pensamentos, a partir da qual o analisando tem a liberdade para expressar as suas emoções e lidar com as suas dores sem que haja qualquer tipo de julgamento.
A psicanálise pode ser eficaz no tratamento das psicopatologias ao permitir que o paciente tenha mais autonomia para lidar com o seu sofrimento de forma consciente. Embora possa ser necessário um tratamento medicamentoso, dependendo da patologia em especial, o acompanhamento em conjunto com um analista é um diferencial para que se atinja bons resultados.
A cura consistirá na construção de um ego que seja capaz de lidar, de outra maneira, com o conflito que originou aquilo que se manifesta na raiz do sintoma. O psicanalista é um profissional apto para conduzir o paciente rumo a uma vida mais saudável, ao conscientizá-lo da importância de assumir responsabilidade frente aos seus sentimentos e ao cuidado consigo mesmo.
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