Usos e riscos dos psicotrópicos

Consequências dos usos e riscos dos psicotrópicos

Atualmente, um dos grandes desafios para quem trabalha com saúde mental, é o controle das consequências dos usos e riscos dos psicotrópicos. Para evitar a dor causada pelo sofrimento mental, muitos pacientes recorrem ao uso dessas substâncias.

Quando o tratamento é bem conduzido por um profissional qualificado que manipula receitas em doses controladas, é assegurada a manutenção da saúde mental do paciente. O problema é quando o uso incorreto dessas substâncias se transforma em abuso, o que pode gerar uma série de riscos para a saúde de um modo geral.

Muitas vezes, o uso das substâncias psicotrópicas pode funcionar como uma válvula de escape, o paciente não deseja lidar com o próprio sofrimento e encará-lo. Nesse sentido, podemos dizer que a busca pelos psicotrópicos pode trazer uma forma de manter o paciente anestesiado frente aos seus problemas que lhe incomodam no momento presente.

A prescrição para o uso de psicotrópicos deve ser realizada por um médico que esteja capacitado para o tratamento das psicopatologias, que causam impactos e geram prejuízos na qualidade de vida do paciente.

As medicações psicotrópicas devem ser prescritas por um médico que seja, preferencialmente, da área da psiquiatria, uma vez que a ação desse tipo de medicação está diretamente relacionada com o cuidado da saúde mental. O médico é o responsável por fazer a prescrição da medicação que deve ser realizada por meio de uma receita controlada.

Assim, o médico qualificado fornecerá um receituário de controle especial, essa receita é de cor branca, e é destinada para medicações tais como antidepressivos, ansiolíticos, antipsicóticos e outros. A receita de cor amarela é destinada para medicações entorpecentes e, por fim, a receita de cor azul é direcionada para psicotrópicos.

Além disso, todas as embalagens de remédios psicotrópicos são sinalizadas por tarjas, sendo a tarja vermelha ou a tarja preta indicativas da comercialização com a devida prescrição, bem como do alerta para a dependência química que essas medicações podem gerar.

O uso de substâncias psicotrópicas é uma responsabilidade que exige muita consciência, tanto por parte de quem prescreve o tratamento quanto da parte de quem faz o tratamento. Por isso, é fundamental que haja autoconhecimento ao se manipular o uso de tais substâncias, uma vez que elas podem causar efeitos colaterais ao longo da sua utilização.

Quando falamos em tratamento com o uso de psicotrópicos, é muito importante que haja o acompanhamento de um profissional especializado, que será capaz de desenvolver corretamente o tratamento do paciente. Para tanto, é preciso que o paciente saiba o que lhe aflige, se é um distúrbio do sono, sentimento de angústia profunda, transtorno de ansiedade, apatia e falta de vontade nas atividades práticas do cotidiano, dentre outros.

Uma vez que o paciente está ciente daquilo que lhe faz mal e procura o auxílio de um tratamento medicamentoso, ele deverá se comprometer a esse tratamento com seriedade, estando ciente dos riscos e das consequências advindas desse processo.

O tratamento das doenças mentais e o uso de psicotrópicos

Ao falar dos psicotrópicos é preciso esclarecer qual a definição e a finalidade do uso dessas medicações. As drogas psicotrópicas são aquelas que atuam no cérebro e mudam a forma como sentimos, pensamos e agimos no mundo.

De modo geral, os psicotrópicos são utilizados para o tratamento de algumas doenças mentais, tais como o transtorno bipolar, o transtorno de ansiedade generalizada, transtornos depressivos, esquizofrenia, dentre outros.

Os psicotrópicos utilizados para o tratamento dos transtornos que foram mencionados anteriormente, são compostos por substâncias químicas que atuam no sistema nervoso central, com a função de alterar qualquer tipo de comportamento ou emoções que tragam malefícios para a saúde mental.

A medicina diferencia os psicotrópicos que pertencem a grupos diferentes. Existem os antipsicóticos e os neurolépticos. Nesse caso, os psicotrópicos são recomendados de acordo com a ação que eles desempenham no paciente. Dentre os tipos de psicotrópicos existem os depressores, os perturbadores e os estimulantes.

Os psicotrópicos depressores reduzem a atividade da mente e aumentam consideravelmente a quantidade de neurotransmissores inibidores ou que podem reduzir os neurotransmissores estimulantes. A ação desses psicotrópicos ocorre em substâncias como o álcool, os ansiolíticos e os hipnóticos, por exemplo.

Os psicotrópicos perturbadores são aqueles que afetam o sistema nervoso central, mas sem alterar a quantidade dos neurotransmissores. Por fim, temos os estimulantes, que aumentam a atividade mental e a liberação de neurotransmissores estimulantes ou reduzem a liberação dos neurotransmissores inibidores.

Psicotrópicos e as psicopatologias

Para finalizar a discussão sobre os psicotrópicos, é importante entender os tipos de psicopatologias para os quais eles são utilizados como fonte de tratamento. As principais condições mentais que podem ser tratadas com o uso de psicotrópicos são: a depressão, a ansiedade, a esquizofrenia e o transtorno bipolar.

A depressão é um quadro em que há o sentimento de tristeza persistente, que provoca desânimo e faz com que a pessoa não sinta prazer pelas atividades que desempenha no cotidiano. A depressão é um transtorno que pode gerar sérios prejuízos para a qualidade de vida, prejudicando o trabalho, a vida social e as relações interpessoais. Trata-se de uma doença que, dependendo do quadro clínico em específico, precisa ser tratada por meio do uso de antidepressivos, os quais só podem ser prescritos pelo psiquiatra, que será o médico responsável pelo tratamento dessa patologia.

É importante ressaltar que apenas o uso dos psicotrópicos não garante a cura e bem-estar do paciente, por isso, além da medicação, é necessário que haja o acompanhamento de um psicanalista ou psicoterapeuta. Esses profissionais vão ajudar o paciente a entender as causas inconscientes e os gatilhos que geram o estado depressivo, ansioso, dentre outros.

Além da depressão, os psicotrópicos também são remédios utilizados para tratar os transtornos de estresse e ansiedade. A ansiedade pode ser um quadro em que se desenvolve como um transtorno generalizado, o que pode acarretar uma série de sintomas que podem prejudicar a vida do paciente de uma forma impactante, impedindo-o de realizar as mais simples atividades do dia a dia. O tratamento para o transtorno de ansiedade é feito com o uso de remédios ansiolíticos.

A esquizofrenia é um transtorno psiquiátrico grave que também demanda a utilização de medicações psicotrópicas. Trata-se de um quadro em que há uma alteração cerebral que não permite uma apreensão correta da realidade. O quadro de esquizofrenia também é caracterizado por alucinações auditivas e visuais. O tratamento para a esquizofrenia é realizado pelo uso de antipsicóticos.

Dentre os principais transtornos psiquiátricos que também necessita do uso de psicotrópicos para o controle dos sintomas está o transtorno bipolar, um quadro em que ocorrem oscilações drásticas de humor, que podem ocasionar uma série de episódios chamados hipomaníacos.

A partir da conscientização do uso das medicações psicotrópicas, é possível controlar o quadro das psicopatologias mais graves. No entanto, é imprescindível que esse tratamento seja conduzido por um médico competente e responsável. Além disso, o paciente também precisa estar comprometido ao tratamento, utilizando as doses de acordo com a prescrição das receitas indicadas pelo médico que o acompanha. Abusos na utilização dos psicotrópicos podem causar danos graves, desde a dependência até uma intoxicação.

O psicanalista é o profissional adequado para fazer o acompanhamento dos pacientes que chegam na clínica com quadros graves, tais como os transtornos de depressão, ansiedade e bipolar. A análise vai ajudar o paciente a lidar com suas angústias e identificar as causas inconscientes que podem estar relacionadas com a psicopatologia da qual o analisando se queixa. Por isso, apenas o uso de psicotrópicos não é suficiente para o cuidado com a saúde mental.

Se você deseja atuar como psicanalista e ajudar as pessoas a terem uma melhor qualidade de vida, é muito importante ter conhecimento sobre as consequências do uso e dos riscos dos psicotrópicos que, embora sejam manipulados pela psiquiatria, demandam o acompanhamento do analista, que atuará na investigação dos sintomas do paciente. Faça a solicitação da sua bolsa de estudo no curso de psicanálise do Ibrapsi.

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