Viena: o início da psicanálise

O início da psicanálise: a trajetória de Sigmund Freud

O início da psicanálise está ligado à história de Sigmund Freud, que fez diversos estudos sobre a mente e o comportamento humano. Inicialmente, a ideia de Freud era a de explicar a origem da histeria e da neurose para compreender os transtornos e os distúrbios que afetavam a mente humana.

Para entender como foi o início da psicanálise, é necessário olhar para a trajetória de Freud ao longo de sua história. A psicanálise foi criada por Freud no final do século XIX. A criação do método psicanalítico tem como ponto de partida a vivência profissional de Freud em Viena.

Freud se formou em medicina na Universidade de Viena em 1881, se especializou na área da psiquiatria e tornou-se um renomado neurologista. Entre os anos 1885 e 1886, Freud se deslocou de Viena e foi para Paris fazer estágio com um neurologista francês chamado Jean-Martin Charcot, que tratava os seus pacientes através do método da hipnose.

Os pacientes de Charcot, que eram considerados histéricos, revelavam-se afetados por transtornos neurológicos, o que chamou a atenção de Freud para pensar novas possibilidades de tratamento. Ao retornar para Viena, Freud passou a tratar os seus pacientes seguindo o método da hipnose. Quando o paciente se encontrava no estado hipnótico, ele era induzido pelo médico e havia uma alteração no seu estado de consciência.

A técnica da hipnose foi útil para auxiliar a investigação do analista na compreensão do comportamento do paciente e sua relação com o sintoma que ele apresentava. Após algum tempo tratando seus pacientes pela hipnose, entre 1893 e 1896, Freud conheceu Josef Breuer, que conduzia os seus atendimentos permitindo que os pacientes apenas relatassem as suas queixas.

A hipnose revelou-se um método que permitiu ao analista ter acesso às memórias traumáticas dos pacientes com certa facilidade. Dessa forma, muitos conteúdos que estavam adormecidos no inconsciente do paciente eram trazidos à tona, o que favoreceu o tratamento do sintoma que estava na raiz do adoecimento.

Os estudos sobre a histeria e o método catártico

Freud e Breuer começaram a trabalhar juntos e desenvolveram uma técnica inovadora que permitia que o paciente liberasse os seus afetos e emoções ligadas aos eventos traumáticos do seu passado. Conforme o paciente relatava livremente aquilo que o afligia, suas emoções eram liberadas e purgadas. Essa técnica que permitia que o paciente descarregasse seus afetos através da fala foi chamada de método catártico.

Foi justamente essa experiência que culminou em uma das obras fundamentais de Freud, que foi os Estudos sobre a histeria (1893-1895). A partir disso, em 1896, Freud utilizou pela primeira vez a palavra ‘psicanálise’, com a finalidade de compreender melhor o funcionamento da psique humana.

Portanto, o início da psicanálise foi marcado pela criação do método catártico, que permitia que o paciente liberasse as suas emoções através da fala. Assim, o analista trabalhava com o conteúdo que revelava essa purgação de afetos que aparecia na fala do analisando.

Conforme o método catártico foi avançando, Freud e Breuer começaram a discordar em alguns aspectos, sobretudo pelo fato de que, para Freud, havia uma relação entre as lembranças dos pacientes e os conteúdos sexuais que eram originados na infância.

Em 1897, Breuer rompe definitivamente com Freud que, por sua vez, abandona a técnica da hipnose e passa a desenvolver novas ideias que culminaram no início da psicanálise. Foi a publicação da obra A interpretação dos sonhos (1900), que representou um marco inicial da psicanálise.

Nesse contexto, Freud seguiu desenvolvendo a abordagem e os conceitos que caracterizariam o método da psicanálise. Dentre os principais conceitos criados por Freud destaca-se a noção do inconsciente, as considerações sobre a sexualidade da criança e o Complexo de Édipo.

As contribuições do início da psicanálise

Tendo em vista a trajetória realizada por Freud, desde quando ele começou os seus estudos na área da medicina em Viena, foi possível perceber que as conexões que ele criou com outros pensadores, tais como Charcot e Breuer, foram decisivas para o início da psicanálise.

Dessa forma, desde a experiência com a hipnose até a criação do método catártico, Freud conseguiu aprimorar o método psicanalítico. Nesse contexto, Freud passou a notar que, ao deixar o paciente expor livremente através da fala suas dores e angústias, o tratamento começava a fluir e os recalques e repressões que geravam sofrimento psíquico ao paciente eram expostos na análise.

Quando Freud teve essa percepção, ele desenvolveu o método da associação livre que foi, de fato, a principal técnica que ele passou a utilizar nos seus atendimentos. A associação livre foi uma técnica fundamental no início da psicanálise.

Trata-se de um método que consistia em permitir que o paciente falasse livremente e trouxesse os seus conteúdos que estaria livre de qualquer julgamento por parte do analista. Com isso, Freud conseguiu analisar os pacientes e utilizava um recurso chamado de atenção flutuante, a partir do qual ele desenvolvia a sua técnica da escuta com a finalidade de estabelecer uma conexão entre a fala do paciente e os conteúdos que estavam ocultos no seu inconsciente.

Podemos dizer que a associação livre foi uma das grandes contribuições que funcionou e até hoje funciona como uma importante ferramenta de trabalho para os analistas de modo geral. Dentro desse contexto do início da psicanálise, Freud enfrentou algumas dificuldades na aceitação de suas ideias, porque havia uma onda de conservadorismo da sociedade de sua época em Viena.

Entender o início da psicanálise é essencial para todo psicanalista. Por isso, é preciso saber sobre o contexto em que Freud viveu em Viena e quais foram os seus principais influenciadores. Esse assunto é fundamental para entender os pilares sobre os quais a psicanálise se sustentou na época de seu surgimento.

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