O que é o consciente para a psicanálise?
A instância mental do consciente na psicanálise
O aparelho psíquico foi dividido por Freud em três partes distintas: o consciente, o inconsciente e o pré-consciente. Freud definiu o estado de consciência como um nível da mente humana em que estamos cientes da realidade exterior e processamos os pensamentos de forma racional.
Na psicanálise, a instância mental do consciente é que nos permite identificar aquilo que existe no mundo real. Trata-se do que conseguimos apreender na realidade física, no aqui e no agora. É pela via do consciente que conseguimos pensar, sentir e agir racionalmente.
O consciente revela-se como uma parte da nossa mente que nos conecta com a realidade. Inicialmente, Freud desenvolveu duas tópicas para explicar o funcionamento das instâncias psíquicas. Ele desenvolveu a Primeira e a Segunda Tópica do aparelho psíquico.
A Primeira Tópica foi criada para explicar a estrutura do aparelho psíquico a partir da descrição dos lugares que as instâncias psíquicas ocupam na mente. Freud definiu três estruturas psíquicas básicas: o consciente, o pré-consciente e o inconsciente.
Já, na Segunda Tópica, Freud fez uma revisão dessas instâncias e aprofundou o seu estudo. Ele observou que o aparelho mental não deve ser observado apenas sob o ponto de vista geográfico ou espacial, mas do ponto de vista estrutural. Na Segunda Tópica, foram desenvolvidas as instâncias psíquicas chamadas de id, ego e superego.
O surgimento do nível consciente na teoria psicanalítica
O nível consciente surge na psicanálise com o desenvolvimento da Primeira Tópica freudiana. O consciente é um nível que está em relação de oposição ao inconsciente. Essa diferenciação é essencial para compreender qualquer fenômeno psíquico.
Entender o que é o consciente e o seu surgimento é a premissa básica da teoria psicanalítica. Essa distinção precisa ser compreendida porque é a partir dela que será possível analisar os processos patológicos ligados à vida psíquica. Na perspectiva da psicanálise, a consciência é parte que integra o psiquismo.
A definição do consciente remete ao período em que o sujeito se encontra quando está desperto, quando ele pode observar as suas ações diante das situações que ocorrem no cotidiano. Podemos dizer, então, que o consciente é o que nos conecta com o mundo externo e, assim, conseguimos acessá-lo por meio da fala, de sons, de ações e de pensamentos.
Estar consciente faz com que o sujeito tenha ciência dos estímulos externos e internos da realidade, ou seja, daquilo que existe em termos concretos. Na teoria freudiana, o nível da consciência capta as experiências vividas e racionalizadas pelo sujeito.
Freud afirmava que a consciência corresponde à menor parte do nosso aparelho psíquico. A psique humana só consegue realizar as próprias escolhas, controlar pensamentos e sentimentos se estiver operando no plano da consciência.
É por meio do consciente que desenvolvemos a capacidade de entender a diferença entre o certo e o errado, e tomar decisões de acordo com as regras sociais. O sistema consciente surge, na metapsicologia freudiana, em paralelo com outros dois conceitos que são o inconsciente e o pré-consciente. Saber diferenciá-los ajuda a ter uma melhor compreensão sobre a definição do consciente em si e o seu funcionamento no aparelho psíquico.
A diferença entre consciente, inconsciente e pré-consciente
Quando desenvolveu os pressupostos da teoria psicanalítica, Freud estabeleceu uma diferenciação entre as três partes da mente humana: o consciente, o inconsciente e o pré-consciente. A consciência é definida pela função do sistema percepção-consciência. Na perspectiva tópica, o consciente está localizado na periferia do nosso aparelho psíquico.
A consciência recebe informações provenientes tanto do mundo exterior quanto do mundo interior. Freud relacionou a função da consciência com o sistema pré-consciente e o inconsciente. Sabemos que a grande contribuição de Freud para a psicanálise foi a criação do conceito de inconsciente. O sistema inconsciente é constituído por conteúdos recalcados que foram barrados ao sistema pré-consciente em função do recalque.
As características fundamentais do inconsciente definem-se pelos conteúdos das pulsões e dos desejos. Todas as nossas memórias e experiências do passado são registradas pelo inconsciente. É no sistema inconsciente que estão localizadas as lembranças reprimidas decorrentes de traumas sofridos ao longo da vida.
Além do consciente e do inconsciente, existe o sistema pré-consciente, que é a instância responsável por fazer uma mediação entre os conteúdos localizados no plano da consciência e da inconsciência.
Freud delimitou que o pré-consciente está diretamente ligado ao consciente. Trata-se de uma parte inconsciente que se manifesta no âmbito da consciência. As memórias que são de fácil acesso estão no plano do pré-consciente. Podemos afirmar que é por meio do espaço do pré-consciente que o psicanalista poderá identificar os conteúdos trazidos pelo paciente.
A importância do consciente no estudo da psicanálise
A compreensão do consciente é fundamental para a psicanálise, sobretudo para saber diferenciá-lo do inconsciente, que é o espaço em que o psicanalista deve trabalhar para ajudar o analisando a trabalhar as suas queixas, acolhendo as demandas trazidas para a análise.
Entender o consciente é relevante para a clínica psicanalítica. Trazer os conteúdos recalcados que estão inconscientes para o plano da consciência é fundamental. Podemos dizer que uma das grandes tarefas da análise é a de trazer para a consciência do analisando os seus comportamentos, pensamentos e sentimentos que foram reprimidos.
Trazer as dores e o sofrimento para o sistema consciente é um processo que exige tempo. Pode ser muito doloroso para o paciente lembrar e se conscientizar de determinadas situações, principalmente, em se tratando de eventos traumáticos.
O psicanalista tem a função de orientar o paciente para se responsabilizar e se conscientizar por quem ele realmente é no momento presente. Tornar o inconsciente em consciente é um trabalho genuíno que somente poderá ser realizado no espaço da análise pessoal.
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[…] Tudo aquilo que é apreensível com mais facilidade está visível, mas é apenas uma pequena parte da totalidade da mente humana. Esse é o plano do consciente. Para entender mais a respeito da definição da consciência, acesse o artigo sobre o que é o consciente na psicanálise. (https://ibrapsi.com.br/o-que-e-consciente-na-psicanalise/) […]