o que é perversão para a psicanálise

O que é perversão na psicanálise?

A definição de perversão

Assim como a neurose e a psicose, a perversão é uma psicopatologia. A definição de perversão está relacionada com algum tipo de comportamento sexual depravado ou que apresenta um desvio da normalidade.

Em linhas gerais, a perversão é concebida como sinônimo de depravação sexual. No entanto, apenas essa definição é muito limitada para pensar o conceito mais amplo da perversão enquanto psicopatologia na clínica psicanalítica. A perversão é uma psicopatologia que é estruturada como uma forma de transgressão do que é convencional.

A perversão está relacionada com um desvio existente no comportamento desde a infância, e cujo desenvolvimento se intensificou no decorrer da vida adulta. Por isso, é fundamental que o analista olhe para o material do passado do paciente para ter maiores indícios ao realizar o prognóstico.

Analisar os casos de perversão não é uma tarefa fácil, o analista precisa identificar uma série de elementos para entender como essa psicopatologia está intrínseca na personalidade do analisando, a fim de orientar um tratamento adequado.

Quando se trata da sexualidade, os indivíduos ditos perversos se interessam pela utilização de objetos na prática sexual, fantasias, dentre outros elementos. Na perversão, há um desprezo pelas leis e não há preocupação com a moral.

Além disso, é preciso observar os sintomas que se manifestam no quadro de perversão. Dentre os principais sintomas, destacam-se o comportamento manipulador, compulsivo e sedutor. Geralmente, são pessoas que gostam de dissimular e não sentem nenhum remorso ou culpa por suas atitudes.

Quais os interesses de um perverso?

O perverso apresenta um comportamento caracterizado pelo desejo pelas práticas caracterizadas por um desvio das normas da sociedade. A perversão é uma psicopatologia que não tem cura, no entanto, o acompanhamento por um analista é fundamental para garantir o bem-estar e o controle dos sintomas do paciente.

Em relação ao comportamento sexual, o perverso se interessa pelas seguintes práticas: o fetichismo, o exibicionismo, o voyeurismo, o sadismo, o masoquismo, dentre outros. O comportamento de um perverso também pode ser identificado por atos de crueldade ou sociopatia. Normalmente, os pacientes perversos sentem um gozo pela crueldade em si.

O analista deve prestar atenção em todos os aspectos da personalidade do paciente para identificar se é um quadro de perversão. O comportamento dos indivíduos perversos pode se manifestar pelos desejos e preferências sexuais diferenciadas.

O psicanalista precisa avaliar como foi o desenvolvimento psicossexual do paciente ao longo de sua vida para entender a dimensão patológica da perversão e saber quais são as medidas e os cuidados necessários.

O tratamento da perversão na clínica psicanalítica

O diagnóstico de um paciente perverso é complexo, pois é preciso entender como ele sente prazer pela crueldade sem ter o sentimento de culpa. Tendo em vista que a perversão não é uma psicopatologia curável, o trabalho da análise consistirá em desinvestir a energia que o analisando investe no gozo pela perversidade.

Durante o tratamento, é necessário que o analista observe os sintomas, os pensamentos obsessivos, fetiches e qualquer outro tipo de comportamento desviante. O trabalho da análise consistirá em identificar quais as fantasias, os desejos e as pulsões do analisando.

No contexto da clínica psicanalítica, a perversão representa uma psicopatologia grave que não tem cura e deve ter o tratamento orientado por meio da observação dos sintomas que podem ser prejudiciais para o próprio paciente e para os que se relacionam com ele.

É fundamental que o psicanalista compreenda a definição das psicopatologias e as formas de tratamento. Também é importante que o analista reconheça os seus próprios limites para saber quais casos são passíveis de serem tratados de acordo com sua experiência clínica.

O objetivo do tratamento com pacientes perversos será, além de identificar a estrutura clínica da perversão por meio dos sintomas, compreender o gozo que o paciente sente em relação às suas fantasias e como estas se configuram no inconsciente do analisando.

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