Psicanálise: o pensamento de Freud

Psicanálise: o pensamento de Freud

A psicanálise como método de investigação da mente humana

A psicanálise foi um método criado por Sigmund Freud no final do século XIX. O objetivo dessa metodologia era tratar os transtornos mentais. O pensamento de Freud revolucionou a investigação da mente humana.

Quando falamos sobre a psicanálise, é importante saber diferenciá-la de outros métodos que também se ocupam do cuidado com a saúde mental, tais como a psicologia e a psiquiatria. Essa diferença consiste no fato de que a psicanálise trabalha com o inconsciente seguindo uma abordagem mais profunda.

Quando Freud criou a psicanálise, ele percebeu que o inconsciente influencia grande parte do nosso comportamento. Foi a compreensão do inconsciente que permitiu a análise dos sentimentos, das emoções e dos pensamentos num viés mais aprofundado.

Para a psicanálise, o inconsciente é a parte mais significativa que opera sobre os processos mentais. Desse modo, o psicanalista precisa estar atento ao estudo do inconsciente e à compreensão do seu funcionamento.

O inconsciente na visão da psicanálise

Na psicanálise, o inconsciente é um conceito que abrange todos os conteúdos que não estão acessíveis ao campo da consciência. Segundo o pensamento de Freud, é no inconsciente que estão as nossas pulsões e os nossos desejos que, uma vez reprimidos, podem comprometer a qualidade de vida das pessoas, gerando conflitos e sofrimento.

Quando pensamos no inconsciente, uma imagem que é capaz de ilustrar o seu sentido psicanalítico é a do iceberg. A parte visível do iceberg representa apenas um pequeno pedaço da sua ampla dimensão. A maior parte do iceberg permanece submersa, ou seja, escondida sob as águas. Essa é a imagem que ilustra a mente humana. Aquilo que a gente entende de uma forma mais acessível na nossa mente é apenas a ponta do iceberg, nesse caso, aquilo que está consciente. Em contrapartida, o inconsciente é a parte que se encontra submersa.

Através do pesamento de Freud, foi possível identificar os nossos atos falhos e os nossos desejos. Os desejos, assim como as memórias reprimidas, são emoções banidas do campo de controle do consciente. Esse conteúdo que fica reprimido é bastante doloroso e, por isso, nós o reprimimos para o campo do inconsciente.

Ao estudar o aparelho psíquico, Freud identificou que ele é constituído por três instâncias: o inconsciente, que é o local mais profundo da nossa mente; o pré-consciente, onde se encontram armazenadas as nossas memórias atuais; e o consciente, onde estão as memórias de fácil acesso. Esse estudo ficou conhecido como a primeira tópica.

Partindo dessa compreensão profunda do inconsciente, Freud desenvolveu a segunda tópica, em que ele definiu três estruturas principais que são responsáveis pela formação da nossa personalidade. Tendo em vista que estes são conceitos caros à psicanálise, em seguida, aprofundaremos nosso conhecimento sobre essas estruturas tão importantes, que são o id, o ego e o superego.

Os conceitos de id, ego e superego

De acordo com o pensamento de Freud, o id, o ego e o superego são as três partes estruturantes da mente humana. Na metapsicologia freudiana, essas três estruturas fazem parte da segunda divisão topográfica da mente. Elas transitam entre os níveis consciente e inconsciente.

O id é a parte em que se encontram armazenadas as nossas pulsões e os nossos impulsos mais primitivos. Orientado pelo que Freud nomeou de princípio do prazer, o id se interessa pela vazão dos nossos desejos sexuais e pela libido.

Localizado no campo do inconsciente, o id desconhece as regras, a noção de certo e errado e as consequências das nossas atitudes. O que realmente importa para o id é a realização dos impulsos, visando sempre o prazer e sua satisfação imediata.

O ego é o centro da consciência, ele só é desenvolvido depois da constituição do id. Segundo o pensamento de Freud, o ego era o elemento principal dentre as três estruturas psíquicas. O ego opera no campo do consciente e faz uma mediação entre o id e a terceira parte da mente, o superego.

Por fim, o superego é compreendido na psicanálise como uma parte tanto consciente quanto inconsciente. O superego resulta das imposições e dos castigos sofridos ao longo da infância. Basicamente, a função do superego é a da censura, da culpa e da punição. O superego age como uma instância reguladora.

Psicanálise: A herança do pensamento de Sigmund Freud

A criação da psicanálise representa um legado imenso para a humanidade, uma vez que o pensamento de Freud contribuiu para refletir, a partir de um método científico, sobre a mente humana e a cura para os transtornos que a afligem.

A grande contribuição da psicanálise é assegurar uma melhor qualidade de vida para as pessoas, uma vez que o adoecimento da saúde mental pode comprometer as atividades e os relacionamentos do indivíduo na sociedade. Além disso, a psicanálise fornece ferramentas úteis para o tratamento dos transtornos mentais através de uma escuta ativa e engajada.

O tratamento da psicanálise alcança um público vasto: crianças, adultos, famílias, grupos em geral e casais, todos podem ser beneficiados através da análise.

A psicanálise é um método que promove o tratamento de transtornos, tais como: a ansiedade, a depressão, a síndrome do pânico e outras tantas condições presentes na raiz das perturbações e na formação da personalidade.

Além de trazer todos esses benefícios, a psicanálise ajuda o indivíduo para que ele possa lidar melhor com as dificuldades nos relacionamentos interpessoais. A psicanálise também trabalha com o alívio dos sintomas, das alterações do humor e nos faz refletir sobre a percepção que temos de nós mesmos.

A formação em psicanálise permite uma transformação pessoal e auxilia na convivência do indivíduo com os desafios do cotidiano. O psicanalista, que é o profissional que conduz esse processo de mudança, orientará o paciente no alívio dos traumas e das suas dores psicológicas de um modo geral.

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